Estes três alimentos que parecem inofensivos podem custar caro à saúde
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Resumo
Nem sempre o perigo está nos excessos. Às vezes, uma pequena dose diária de certos alimentos basta para aumentar significativamente o risco de doenças crónicas graves. Saiba quais são e por que devem ser evitados, mesmo em quantidades aparentemente inofensivas.
Há ideias alimentares que teimam em resistir ao tempo: “Um cachorro-quente ocasionalmente não faz mal”, “um refrigerante por dia não engorda”, ou “um bolinho industrial é só um mimo”. Mas a ciência está a desafiar estas crenças com dados cada vez mais sólidos. Um novo estudo publicado na Nature Medicine mostra que mesmo pequenas quantidades de certos alimentos — carne processada, bebidas açucaradas e gorduras trans — podem aumentar, de forma significativa, o risco de doenças crónicas como diabetes tipo 2, cancro do cólon e problemas cardiovasculares.
E o mais alarmante: os danos surgem mesmo quando o consumo é mínimo, o que põe em causa aquela velha desculpa do “só um bocadinho”.
1. Carne processada: o clássico que devia ser exceção
Cachorros-quentes, bacon, fiambre e salsichas são populares, fáceis de preparar e têm lugar garantido em muitos frigoríficos. Mas o estudo analisado revela que apenas 50 gramas por dia (o equivalente a um cachorro-quente) aumentam em 30% o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e em 26% o risco de cancro do cólon.
Estas carnes, além de ricas em gordura saturada e sódio, contêm aditivos como nitratos e nitritos, associados a vários tipos de cancro. O processo de produção — que inclui curar, fumar e cozinhar a altas temperaturas — também contribui para a formação de compostos cancerígenos. O ferro heme, presente na carne vermelha, pode ainda agredir o revestimento do cólon, o que agrava a possibilidade de desenvolver cancro nesta zona.
Em resumo: o que parece ser um petisco inofensivo é, na verdade, uma receita química que o corpo agradece evitar.
2. Bebidas açucaradas: calorias líquidas com consequências sólidas
Um refrigerante por dia pode parecer pouco. Contudo, a ingestão diária de cerca de 355 ml está associada a um aumento de 8% no risco de diabetes tipo 2, para além de contribuir para a obesidade e doenças cardíacas.
O problema não é só o açúcar em si, mas o facto de ser líquido. Ao contrário de alimentos sólidos, as bebidas adoçadas não saciam. Resultado? Mais calorias, sem controlo. Além disso, os açúcares adicionados prejudicam o microbioma intestinal, diminuem a diversidade de bactérias benéficas e facilitam a inflamação sistémica — terreno fértil para desregulações metabólicas.
Optar por água com gás, infusões ou até uma simples água com limão pode parecer menos interessante, mas o corpo reconhece a diferença rapidamente.
3. Gorduras trans: um veneno legalizado durante tempo demais
As gorduras trans são conhecidas pelo seu papel em realçar o sabor e a textura de alimentos processados como bolachas, snacks embalados, bolos industriais ou pizzas congeladas. Mas o seu custo metabólico é alto.
Estas gorduras artificiais aumentam o chamado colesterol “mau” (LDL) e reduzem o colesterol “bom” (HDL), um duplo impacto negativo sobre o coração. Apesar de estarem proibidas nos Estados Unidos desde 2018, ainda podem surgir em vestígios nalguns produtos no mercado europeu.
A boa notícia? É possível evitá-las. Basta ler os rótulos com atenção e optar por produtos sem gorduras parcialmente hidrogenadas.
Conclusão
A ideia de que “um bocadinho não faz mal” começa a parecer cada vez mais ultrapassada quando falamos destes três grupos alimentares. A ciência mostra que o corpo reage mesmo a pequenas quantidades, e os riscos acumulam-se silenciosamente.
Isto não significa que é preciso viver com medo do próximo lanche, mas sim ganhar consciência. A regra de ouro continua a ser o equilíbrio. Comer bem não tem de ser aborrecido nem uma penitência. Basta fazer melhores escolhas com mais frequência: trocar a carne processada por frango ou peixe, deixar o refrigerante de lado em favor da água ou infusões, e evitar alimentos industrializados sempre que possível.
De vez em quando, pode até dar-se o luxo de pecar. Mas que seja com gosto e consciência — e não com a ilusão de que “é só desta vez”.
As informações aqui apresentadas têm o objetivo de fornecer uma visão geral sobre o assunto em causa e não devem ser interpretadas como aconselhamento específico para situações individuais. É rigorosamente recomendável que os leitores realizem as suas próprias pesquisas e consultem um especialista credenciado, com experiência na matéria, antes de tomar qualquer decisão.
Foto: Freepik
Colaboração de Buzouro
Publicado há 2 meses | Atualizado há 1 mês
Buzouro promove um estilo de vida equilibrado, sustentável e positivo através de práticas diárias que contribuem para o bem-estar individual e coletivo.
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