14 dicas essenciais para quem vai ter um cão pela primeira vez
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Resumo
Adotar um cão é uma decisão que transforma vidas — a dele e a sua. Mas antes de abrir a porta a quatro patas, há preparação, reflexão e, acima de tudo, responsabilidade. Neste artigo, reunimos conselhos práticos — vindos de técnicos veterinários, especialistas em comportamento e resgatadores profissionais — para quem está a dar os primeiros passos na aventura de ser dono de cão. Com paciência, informação e um pouco de bom humor canino, descobrirá que o maior desafio não é ensinar regras ao seu cão, mas aprender a viver com um amigo que lhe oferece lealdade incondicional… mesmo depois de mastigar o seu par de chinelos preferido.
Há quem diga que um cão é um acessório de vida. Quem o diz nunca teve um. Um cão não entra apenas em casa: entra na rotina, no coração e, com o tempo, no lugar de honra do sofá. Mas antes de se render àquele olhar implorante de um cachorro na gaiola ou à elegância serena de um adulto à espera de uma segunda oportunidade, convém parar, respirar e pensar com clareza. A adoção de um cão não é um impulso — é um compromisso para toda a vida. E como qualquer relação importante, exige preparação, respeito e um plano. Felizmente, com as ferramentas certas, este caminho é mais doce do que complicado.
1. Faça a sua pesquisa e vá além das raças Começar pela raça é natural, mas insuficiente. Um cão não é um aparelho com manual de instruções padronizado; é um indivíduo com histórico, temperamento e necessidades próprias. Antes de escolher, reflita: qual é o seu ritmo de vida? Vive num apartamento no centro da cidade ou numa casa com jardim? Passa os fins de semana a caminhar pela serra ou prefere tardes tranquilas com um livro e chá? As respostas indicam não só o tamanho ideal do cão, mas sobretudo o seu nível de energia. Um buldogue francês, por exemplo, pode encantar com a sua expressão de filósofo melancólico, mas desmaia ao tentar acompanhar uma corrida matinal no verão. Já um pastor alemão, com toda a sua inteligência e vigor, pode transformar a sua sala de estar numa pista de obstáculos se não for adequadamente estimulado. Fale com as equipas dos abrigos: elas conhecem cada cão como um irmão — e são excelentes casamenteiras caninas.
2. Assuma a responsabilidade em todos os sentidos Ter um cão implica deveres legais, éticos e afetivos. Licença municipal, vacinas obrigatórias (como a antirrábica), coleira com identificação, recolha das fezes em espaço público — são obrigações mínimas. Mas a verdadeira responsabilidade vai mais longe: é estar presente nos dias bons e nos maus, nos passeios ao sol e nas idas ao veterinário às três da manhã. Um cão não tem plano B. Não tem férias, nem horários flexíveis. Tem, apenas, quem cuida dele. E isso, por vezes, significa dizer não a um fim de semana espontâneo porque alguém precisa de passear o animal enquanto está fora.
3. Avalie se este é mesmo o momento certo Um cachorro é irresistível — até que faz xixi no tapete pela terceira vez num dia de trabalho remoto. A chegada de um cão, sobretudo jovem, exige tempo, paciência e disponibilidade. Treino de higiene, socialização, mordidas exploratórias em tudo o que encontrar… são fases normais, mas intensas. Se está em transição profissional, a mudar de casa ou a atravessar um período de grande instabilidade, talvez valha a pena adiar a adoção — ou considerar um adulto mais calmo, já treinado.
4. Conheça o seu orçamento e respeite-o O primeiro ano com um cão pode custar perto de 4.800 dólares (cerca de 4.400 euros), segundo estimativas norte-americanas — e isso sem emergências. Alimentação de qualidade, consultas de rotina, vacinas, desparasitações, brinquedos duradouros, seguro de saúde animal (sim, existe) e, se morar num sítio com invernos rigorosos, até um casaco impermeável. Um orçamento realista evita surpresas desagradáveis — e decisões precipitadas por motivos financeiros.
5. Encontre um veterinário de confiança e crie laços Não espere pela primeira emergência para conhecer o seu médico veterinário. Faça uma visita de rotina assim que o cão chegar a casa. Um profissional atento ajuda a prevenir problemas — e, com o tempo, percebe não só o que o cão precisa, mas também como o dono pensa e decide. É uma parceria de longo prazo.
6. Prepare a casa, sim, como se fosse à prova de criança Fios soltos, produtos de limpeza ao alcance, plantas tóxicas, sapatos abandonados: tudo é alvo potencial. Bloqueie escadas, feche portas perigosas, proteja fios elétricos. Compre os essenciais — trela ajustável, duas taças (água e comida), uma cama confortável e, se for um cachorro, uma caixa de transporte para treino noturno e segurança. Afinal, um cão cansado e seguro é um cão feliz — e silencioso.
7. Treine com consistência, não com severidade O reforço positivo — recompensar o comportamento desejado, ignorar ou redirecionar o indesejado — é a abordagem mais eficaz e humanitária. Crie rotinas: horários fixos para comer, passear, brincar e descansar. A previsibilidade tranquiliza o cão e reduz a ansiedade. Lembre-se: ele não está a desobedecer por maldade. Está a tentar entender o que se espera dele.
8. Escolha bem a alimentação e não se deixe levar só pelo preço Nem todos os alimentos são iguais. Alguns provocam alergias, outros deixam o cão letárgico ou com pelagem baça. Consulte o veterinário, observe as reações do animal, e, se possível, compre em lojas especializadas, onde o aconselhamento é técnico — não apenas comercial.
9. Considere o microchip, é rápido, indolor e pode fazer toda a diferença Em caso de fuga ou extravio, um microchip aumenta exponencialmente as hipóteses de reencontro. Verifique se o cão já o tem (muitos vindos de abrigos já estão chipados) e registe os seus dados atualizados junto da base nacional de identificação.
10. Aprenda a "ouvir" o seu cão Cães não falam, mas comunicam o tempo todo: com o rabo, com as orelhas, com a postura corporal. Um rabo rígido e baixo não é entusiasmo — é cautela. Um bocejo repetido não é sono — pode ser stress. Observe, aprenda, adapte-se. E sim, aulas de treino são úteis — mais para o dono do que para o cão.
11. Cuide da mente e do corpo Exercício físico é importante, mas não basta. Um cão entediado é um cão destrutivo. Brinquedos de enriquecimento — como Kongs recheados, tapetes olfativos ou caixas com esconderijos — estimulam a curiosidade e reduzem comportamentos problemáticos. E não subestime o poder de um simples "bom rapaz" dito com convicção.
12. Construa uma rede de apoio Passeador, creche canina, pet sitter, amigo de confiança… todos são peças-chave. Pense no inesperado: e se ficar doente? Se precisar de viajar de urgência? Um plano B para o cão é sinal de maturidade — não de dúvida.
13. Esteja preparado para os acidentes e ria-se deles (depois) Vão haver sapatos roídos, lixo revirado e, sim, acidentes dentro de casa. Isso não torna o cão "mau", nem o dono "incompetente". É parte do processo. O que conta é a resposta: corrigir com calma, limpar com eficácia (use removedores enzimáticos) e seguir em frente.
14. Descontraia, permita-se desfrutar Ninguém precisa de cumprir 25 metas sociais por dia para o cachorro. Ninguém precisa de ser perfeito. O que o cão quer, acima de tudo, é companhia, segurança e afeto. E se houver um momento de calma, com ele deitado ao seu lado, cabeça pousada no seu pé, saberá que tudo — até os chinelos perdidos — valeu a pena.
Conclusão Ter um cão pela primeira vez é como aprender uma nova língua: inicialmente, tudo parece confuso, mas, com tempo, cada gesto, cada som, cada olhar ganha sentido. E, no final, descobre-se que o maior benefício não foi ensinar ao cão a sentar-se ou a caminhar sem puxar a trela — foi aprender, com ele, a viver com mais presença, paciência e alegria simples. Afinal, os cães não contam os anos. Contam os momentos. E estão sempre prontos a ajudar-nos a fazer o mesmo.
Foto: Freepik Curadoria: Buzouro Autoria do Texto Original: Lacey Howard Data de Publicação Original: 5 de julho de 2024
Buzouro promove um estilo de vida equilibrado, sustentável e positivo através de práticas diárias que contribuem para o bem-estar individual e coletivo.
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