Antes de correr para a loja de tintas com a paleta mental do Pinterest em mente, vale a pena perceber o que evitar. Nem tudo o que parece bonito no catálogo se comporta bem num espaço húmido, pequeno e frequentemente mal iluminado. É aí que entra a sabedoria de profissionais como a designer Sallie Lord, que partilhou algumas dicas valiosas sobre o que nunca pintar numa casa de banho — e o que escolher em alternativa.
 
1. Cores desbotadas: o peso visual da monotonia
 
Tons sem graça como bege envelhecido, caqui escuro ou malva sem definição fazem parte da lista negra. Não só pesam no ambiente, como criam a sensação de espaço datado e sombrio. Resultado? A energia vai pelo ralo logo pela manhã. E ninguém quer isso antes do primeiro café.

A alternativa passa por cores com personalidade — e aqui não se fala de tons gritantes. Um verde-menta ou azul-marinho, por exemplo, conferem frescura, distinção e uma estética mais clara. A ideia é optar por cores que pareçam intencionais, com brilho natural e que contribuam para uma sensação de leveza. Até os rodapés e molduras devem entrar na dança, com brancos nítidos ou tons que façam parte do conjunto, evitando os amarelados que só contribuem para um visual cansado.

2. Acabamentos: o brilho certo faz toda a diferença

Se a cor é importante, o acabamento é crucial. Uma tinta mate, embora elegante noutros contextos, revela-se um desastre nas casas de banho. Piora com tons escuros como preto ou carvão, que acabam a parecer quadros de giz depois de algumas salpicadelas. Pior ainda: qualquer marca ou toque fica a gritar na parede, como se um urso tivesse passado por lá à procura de papel higiénico.

A solução? Acabamentos com brilho médio. As opções como casca de ovo, acetinado ou semibrilho têm a vantagem de resistir melhor à humidade e facilitam a limpeza. E, para quem se preocupa com a estética, continuam a oferecer uma aparência sofisticada, sem exageros.

3. Tons néon: entusiasmo a mais para tão pouco espaço

O verde é tendência, mas o verde néon e o verde-limão são melhor reservados para festas de verão, não para casas de banho. Estas cores, altamente saturadas, encolhem visualmente o espaço e criam um impacto que rapidamente se torna cansativo. Se a intenção for acordar com energia, há formas mais subtis e eficazes de o conseguir.

Em vez disso, um verde-floresta ou um verde-menta suave trazem frescura e serenidade, mantendo a ligação à natureza. Combinados com elementos como madeira ou pedra, estes tons criam um ambiente equilibrado e intemporal. Ideal para quem quer começar o dia com os pés bem assentes no chão.

4. Mostarda e amarelo vivo: calor a mais num espaço já húmido

Embora sejam cores acolhedoras na sala ou cozinha, o amarelo vivo e os tons mostarda não funcionam na casa de banho. Refletem na pele e podem dar um ar cansado ou até doente ao espelho — uma experiência matinal que ninguém deseja.

A alternativa são os tons pastel, como azul-claro, rosa suave ou lavanda com fundo frio. Estas cores iluminam o espaço sem o aquecer em demasia, tornando-o mais agradável tanto de manhã como ao fim do dia. Quem não abdica do amarelo pode apostar num tom champanhe, elegante e luminoso, como o "Limitless", apontado como cor do ano por algumas marcas.

Em resumo: pintar com cabeça, não só com pincel

A casa de banho pode ser pequena, mas o impacto das escolhas que se fazem nela é grande. Ignorar a função e o contexto do espaço ao escolher uma cor ou acabamento resulta, muitas vezes, em arrependimento. Mais do que seguir tendências, é importante perceber a relação entre luz, humidade e sensação de conforto.

Ao evitar os erros clássicos e apostar em cores bem pensadas e acabamentos adequados, qualquer casa de banho — mesmo a mais modesta — transforma-se num refúgio agradável, funcional e com estilo. E convenhamos: começar o dia com uma parede que nos anima já é meio caminho andado para uma manhã melhor.

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