Optar por cultivar ou comprar ervas aromáticas, eis a questão
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Resumo
Ter um pequeno jardim de ervas aromáticas em casa é uma daquelas ideias que parece sempre boa — até que se percebe que o manjericão murcha ao fim de três dias ou que a lavanda afinal exige mais paciência do que um bonsai. Cultivar ervas é, sem dúvida, gratificante e económico, mas nem todas as variedades justificam o investimento de tempo, espaço e cuidados. Em muitos casos, comprar a planta já crescida pode ser a solução mais sensata. Neste artigo, exploramos quais ervas vale mesmo a pena cultivar e quando mais vale ir ao supermercado ou viveiro.
Algumas ervas destacam-se pela facilidade de cultivo, rapidez de crescimento e versatilidade na cozinha. É o caso do manjericão, dos coentros e do aneto. Estas variedades anuais crescem bem a partir de sementes, são consumidas frescas e, para quem gosta de cozinhar, desaparecem do prato quase tão depressa quanto crescem na terra. São ideais para quem quer uma horta aromática prática, económica e sempre à mão.
Outro caso digno de menção é o da salsa. Sendo uma planta bienal, produz durante dois anos, o que significa que um pequeno investimento inicial pode render bastante. E, convenhamos, a salsa é uma daquelas ervas que nunca sobra: entra na sopa, na salada, nos grelhados e até no arroz.
Para os mais aventureiros ou curiosos, vale também a pena considerar ervas menos comuns que dificilmente se encontram frescas à venda, como o shiso, o manjericão tailandês ou o epazote. Cultivar estas variedades pode transformar uma simples refeição caseira numa experiência gastronómica memorável.
Quando comprar faz mais sentido
Por outro lado, há ervas que exigem mais do que boa vontade. A sálvia, o tomilho ou a lavanda, por exemplo, são perenes e demoram mais tempo a germinar e estabelecer-se. Além disso, ocupam espaço de forma permanente, o que pode ser um problema em varandas pequenas ou jardins urbanos.
Neste caso, comprar plantas já formadas pode ser a melhor estratégia. Evita a frustração inicial, garante resultados mais rápidos e poupa tempo. O mesmo se aplica a situações em que se perdeu a janela ideal para semear ou quando se precisa da erva já, para a receita do jantar.
Há ainda o caso das ervas difíceis de cultivar — o exemplo clássico é o açafrão. Para colher apenas meio quilo, são necessárias cerca de 70.000 flores de Crocus sativus. A menos que tenha um campo disponível e espírito de agricultor de montanha, talvez seja melhor continuar a comprá-lo… com parcimónia.
Multiplicar e propagar: tirar mais de uma só planta
Mesmo ao comprar, há formas de multiplicar o investimento. Muitos vasos vendidos em supermercados contêm várias mudas no mesmo recipiente. Separando-as com cuidado e replantando cada uma, é possível criar um mini viveiro doméstico. Com um pouco de prática, ervas como hortelã, alecrim ou salsa podem ser propagadas a partir de estacas, ou camadas, permitindo manter o fornecimento por muito tempo.
Para quem tem algum espaço ao ar livre, plantar algumas perenes diretamente no jardim compensa, pois resistem ao inverno e crescem durante anos. Já a jardinagem em vasos ou floreiras beneficia de ervas de ciclo rápido, que se renovam facilmente.
Cultivar ou comprar: vantagens de cada opção
Cultivar as suas próprias ervas permitem controlar as práticas de cultivo, evitar pesticidas e colher no ponto exato de sabor. Há também a satisfação de acompanhar o crescimento, desde a semente até ao prato, algo que tem tanto de prático como de terapêutico.
Comprar, por sua vez, é prático, rápido e ideal para iniciantes ou para quem tem pouco tempo e espaço. Ajuda também a lidar com ervas que requerem condições mais técnicas — como luz artificial, estufas ou substratos especiais.
Conclusão
No fim de contas, a decisão entre cultivar e comprar deve ajustar-se ao seu estilo de vida, hábitos culinários e espaço disponível. Se usa muitas ervas frescas, tem gosto pela jardinagem e não se importa de esperar algumas semanas, cultivar a partir de sementes é uma opção económica e saborosa. Se procura resultados rápidos, plantas perenes já formadas ou ervas difíceis de germinar, comprar pode ser a solução mais sensata.
Como regra geral, cultive o que utiliza frequentemente e compre o que for mais trabalhoso, raro ou meramente decorativo. Seja qual for a opção, o importante é não deixar de incluir estas pequenas maravilhas verdes na rotina diária — o sabor agradece e o orçamento também.
Foto: Freepik
Colaboração de Buzouro
Publicado há 3 meses | Atualizado há 1 mês
Buzouro promove um estilo de vida equilibrado, sustentável e positivo através de práticas diárias que contribuem para o bem-estar individual e coletivo.
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