Apesar do seu tamanho modesto, o morango é uma fruta que praticamente vive de água — cerca de 91% da sua composição é feita de humidade. Daí que manter um nível de rega adequado seja essencial para o seu crescimento saudável. No entanto, mais do que simplesmente regar, é importante saber quando e como fazê-lo, adaptando a prática ao tipo de cultivo e às condições do solo.
 
A regra de ouro passa por fornecer entre 2,5 a 5 centímetros de água por semana. Este valor pode ser ajustado consoante a estação do ano, o tipo de solo e o método de cultivo. Em vasos, por exemplo, os morangos tendem a precisar de rega diária durante os dias mais quentes, enquanto no solo, uma rega profunda semanal pode ser suficiente.

Se houver dúvida, o método mais fiável ainda é o tradicional: meter o dedo na terra. Quando os primeiros 2 a 5 centímetros estiverem secos ao toque, é hora de regar. E atenção — é mais comum ver plantas de morango sofrerem com excesso de água do que com falta dela. Um solo encharcado pode levar ao apodrecimento das raízes, o que, inevitavelmente, compromete a planta.

Também o tipo de solo influencia as necessidades hídricas. Solos arenosos exigem regas mais frequentes do que os argilosos, que retêm melhor a humidade. Já os morangueiros plantados em canteiros elevados ou vasos necessitam de vigilância redobrada, pois perdem humidade mais rapidamente.

Além disso, a fase da planta importa: durante o estabelecimento, 2,5 cm de água por semana bastam. No pico da frutificação, o valor pode e deve duplicar. E para quem cultiva em estufas ou espaços interiores, a rega mantém-se mesmo durante o inverno — ao contrário do cultivo ao ar livre, onde a dormência da planta elimina esta necessidade.

Como regar corretamente

O ideal será investir num sistema de rega gota-a-gota ou usar mangueiras de imersão. Estes métodos, além de eficientes, evitam molhar as folhas, reduzindo o risco de doenças fúngicas como o oídio. E como qualquer jardineiro de bom senso sabe, folhas molhadas ao fim do dia são convites a problemas.

Para quem prefere a via manual, há truques que fazem toda a diferença: regar de manhã cedo, direcionar a água para a base da planta e garantir vasos com orifícios de drenagem. Evitar molhar a folhagem é um pequeno gesto que previne grandes dores de cabeça.

Mais do que água: luz, solo e vigilância

A rega é apenas uma peça do “puzzle”. Os morangueiros também pedem, e com razão, pelo menos oito horas de luz solar direta por dia. O solo, por sua vez, deve ser enriquecido com composto ou estrume bem curtido antes da plantação. Esta preparação oferece à planta os nutrientes necessários para um crescimento vigoroso.

A fertilização também não deve ser descurada. Morangueiros perenes agradecem uma fertilização anual no final do verão. Já os de produção contínua beneficiam de fertilizações mais frequentes, em ciclos de seis semanas até ao início do outono. O ideal será usar um fertilizante orgânico e equilibrado, evitando produtos com excesso de azoto, que favorecem folhas em detrimento de frutos.

Finalmente, a cobertura com palha é uma técnica simples, mas eficaz. Ajuda a conservar a humidade, impede o crescimento de ervas daninhas e mantém os frutos limpos e mais protegidos. Para quem se preocupa com visitantes indesejados, desde caracóis a pássaros, plantar ervas aromáticas ou flores perfumadas nas redondezas pode ser um repelente natural elegante e funcional.

Conclusão

Cuidar de morangos é uma arte acessível a qualquer entusiasta de jardinagem, mesmo em espaços pequenos. Saber quando e como regar é um dos segredos para colher frutos saborosos e saudáveis, sem complicações. Com atenção ao solo, luz, água e um pouco de paciência, o resultado será um jardim mais doce — literalmente.

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