O cheiro que denuncia tudo

Um dos sinais mais evidentes de bolor num aparelho de ar condicionado é o cheiro característico a mofo que se instala no ar assim que se liga a unidade. É aquele odor húmido, persistente e, por vezes, difícil de ignorar. Se o cheiro só aparece quando o ar condicionado está a funcionar, é quase certo que o problema está dentro da própria máquina.
 
Nas unidades de janela ou portáteis, o cheiro tende a ficar confinado a uma só divisão. Já nos sistemas centrais, o aroma (nada agradável) pode espalhar-se por toda a casa.

Manchas suspeitas? Provavelmente bolor

Além do cheiro, o bolor pode revelar-se visualmente. Manchas pretas, verdes, acastanhadas ou até esbranquiçadas que surgem no filtro ou nas saídas de ar não devem ser ignoradas. São sinais de que o fungo já se instalou e está a colonizar a estrutura interna do aparelho. Embora o bolor preto seja o mais comum, há variações cromáticas suficientes para transformar o interior do aparelho numa verdadeira paleta de horrores.

Como confirmar a presença de bolor

Para quem tem uma unidade independente ou montada na parede, o processo de verificação é simples: desligar a máquina, remover o painel frontal e inspecionar o filtro. Se este estiver sujo, escuro ou com manchas suspeitas, o provável é que o bolor esteja ali mesmo. Com uma lanterna, pode ainda observar o interior do aparelho em busca de sinais mais profundos.

Nos sistemas centrais, a tarefa é bem mais complicada. A maioria das áreas afetadas está escondida, sendo necessário um técnico especializado para uma inspeção a sério.

Eliminar o bolor: quando limpar e quando substituir

Se o bolor for ligeiro e o aparelho ainda estiver funcional, há hipóteses de o recuperar. Comece por vestir luvas, óculos de proteção e máscara. Leve o aparelho para uma área bem ventilada, retire o filtro e lave-o com uma mistura de água e lixívia (10:1). Após um bom molho e uma secagem completa, pode voltar a montar o aparelho — mas apenas se todas as superfícies interiores estiverem visivelmente limpas.

Se o bolor estiver muito espalhado ou se o cheiro persistir mesmo após a limpeza, talvez seja mais sensato (e higiénico) substituir o equipamento. Algumas batalhas não valem o risco.

Chamar os profissionais pode ser a melhor escolha

Quando se trata de um sistema central de ar condicionado, o melhor mesmo é não inventar. Técnicos especializados em AVAC têm ferramentas e acesso para limpar profundamente condutas, saídas de ar e componentes internos. Muitos oferecem contratos de manutenção anual, o que evita surpresas desagradáveis no futuro — e assegura que o sistema esteja sempre a trabalhar como deve ser.

Prevenir é sempre melhor do que remediar

Evitar a formação de bolor é simples, mas exige consistência. Limpar ou substituir os filtros pelo menos uma vez por mês (ou conforme indicado pelo fabricante) é essencial. Investir num modelo com controlo de humidade ajuda bastante, assim como esvaziar regularmente o reservatório de água dos aparelhos portáteis.

Curiosamente, deixar o ar condicionado a funcionar, ainda que a uma temperatura mais alta, pode ajudar a manter o bolor afastado. O fluxo constante de ar impede a acumulação de humidade, cortando o mal pela raiz.

Conclusão

O bolor no ar condicionado não precisa de ser um drama. Com alguma atenção, limpeza regular e, quando necessário, a ajuda de profissionais, é possível manter o ambiente fresco, limpo e, sobretudo, saudável. Afinal, ninguém quer uma máquina a soprar fungos em vez de ar fresco. A prevenção começa com um gesto simples: verificar o filtro.

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